7 de Maio de 2019 | 0 Comentários
Categorias: Breves
Tags: Breve maio/2019
Em 2019, a economia europeia deverá continuar a expandir-se pelo sétimo ano consecutivo, prevendo-se que o PIB real cresça em todos os Estados-Membros. Dadas as incertezas que persistem a nível global, serão as dinâmicas internas a apoiar a economia europeia. Prevê-se que o crescimento volte a ganhar ritmo no próximo ano.
O recente abrandamento do crescimento e do comércio mundiais, juntamente com uma grande incerteza quanto às políticas comerciais, está a pesar sobre as perspetivas de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 e 2020. A debilidade persistente da indústria transformadora também desempenha um papel importante, especialmente nos países que se deparam com problemas específicos na indústria automóvel.
Abrandamento do PIB deve atingir o nível mínimo em 2019
Uma vez que o comércio e o crescimento globais deverão continuar mais fracos este ano e no próximo, em comparação com o bom ritmo registado em 2017, o crescimento económico na Europa dependerá inteiramente das atividades internas. O número de europeus a trabalhar é o mais elevado de sempre e espera-se que o crescimento do emprego continue, embora a um ritmo mais lento. Espera-se que esta situação, juntamente com o aumento dos salários, a moderação da inflação, as condições de financiamento favoráveis e as medidas orçamentais de apoio em alguns Estados-Membros, mantenha o nível da procura interna. No total, prevê-se que o PIB cresça 1,4 % na UE este ano e 1,2 % na área do euro.
Em 2020, espera-se que os fatores internos adversos venham a desaparecer e que a atividade económica fora da UE recupere, com o apoio da atenuação das condições financeiras globais e do estímulo político em algumas economias emergentes. O crescimento do PIB no próximo ano deverá aumentar ligeiramente para 1,6 % na UE e 1,5 % na área do euro. Os dados relativos a 2020 também beneficiam de um número mais elevado de dias de trabalho nesse ano.
Desemprego continua a diminuir
As condições do mercado de trabalho continuaram a melhorar, apesar do abrandamento do crescimento no final de 2018. Embora ainda seja demasiado elevado em alguns Estados-Membros, o desemprego na UE — 6,4 % em março de 2019 — desceu para a taxa mais baixa registada desde o início da série de dados mensais, em janeiro de 2000. O desemprego na área do euro está atualmente à taxa mais baixa desde 2008.
No entanto, ao longo dos próximos dois anos, prevê-se que a taxa de crescimento do emprego seja lenta, com o impacto de um crescimento mais moderado e das medidas orçamentais temporárias a fazer-se sentir em alguns Estados-Membros. Prevê-se que a taxa de desemprego continue a diminuir na UE em 2019 e atinja 6,2 % em 2020. Ainda assim, a taxa de desemprego na área do euro deverá diminuir para 7,7 % em 2019 e para 7,3 % em 2020, valor inferior ao registado antes do início da crise em 2007.
Inflação mantida a níveis moderados
As previsões da inflação na UE apontam para uma redução para 1,6 % em 2019 e um aumento para 1,7 % em 2020. A inflação global na área do euro diminuiu de 1,9 % no último trimestre de 2018 para 1,4 % no primeiro trimestre deste ano, devido a um menor aumento dos preços da energia. Com a inflação dos preços da energia a moderar ainda mais nos próximos trimestres e a fraca indicação de que o aumento do crescimento dos salários tem alimentado as pressões inflacionistas subjacentes, prevê-se que a inflação da área do euro (Índice Harmonizado de Preços no Consumidor) seja, em média, de 1,4 % tanto em 2019 como em 2020.
Dívida pública continua a diminuir apesar de um crescimento mais lento
Prevê-se que os rácios dívida/PIB diminuam na maioria dos Estados-Membros em 2019 e 2020, uma vez que os défices continuam a ser baixos e o crescimento do PIB nominal deve continuar mais elevado do que a taxa de juro média da dívida pendente. Assumindo que não há qualquer mudança de políticas, o rácio dívida/PIB da área do euro deverá diminuir de 81,5 % em 2018 para 80,2 % em 2019 e para 78,8 % em 2020. O rácio dívida/PIB agregado da área do euro deverá diminuir de 87,1 % em 2018 para 85,8 % em 2019 e para 84,3 % em 2020.
Prevê-se que o défice orçamental agregado da UE aumente de 0,6 % do PIB em 2018 para 1 % em 2019 e em 2020. Prevê-se igualmente que aumente na área do euro, de 0,5 % do PIB em 2018 para 0,9 % em 2019 e que se mantenha inalterado em 2020, assumindo que não há qualquer alteração das políticas. O aumento deste ano deve-se principalmente a um crescimento mais lento do PIB e a políticas orçamentais expansionistas em alguns Estados-Membros.
Os riscos que pesam sobre as perspetivas continuam a ser significativos
Os riscos de revisão em baixa continuam a ser significativos. O risco de medidas protecionistas a nível mundial e o atual abrandamento do crescimento e do comércio do PIB mundial poderão revelar-se mais persistentes do que o previsto, em especial se o crescimento na China for inferior ao esperado. Na Europa, os riscos incluem o «Brexit sem acordo» e a possibilidade de as perturbações temporárias que atualmente pesam sobre a indústria transformadora serem mais duradouras. Existe também o risco de que um aumento da incerteza política e de políticas menos favoráveis ao crescimento possa resultar numa retirada do investimento privado.
Do lado positivo, o consumo privado e o investimento na UE podem revelar-se mais resilientes do que o esperado, em especial se a confiança entre as empresas e os consumidores for menos sensível às incertezas e contrariedades internas, e caso seja acompanhada de medidas de política orçamental mais fortes do que o esperado em países com margem de manobra orçamental e de reformas favoráveis ao crescimento.
Relativamente ao Reino Unido, uma hipótese puramente técnica para 2019
Tendo em conta o processo de saída do Reino Unido da UE, as nossas projeções para 2019 e 2020 assentam numa hipótese puramente técnica de manutenção do status quo dos padrões comerciais entre a UE-27 e o Reino Unido. Esta hipótese serve apenas para efeitos de previsão e não tem qualquer influência sobre o processo em curso no contexto do artigo 50.º.
Para mais informações:
https://ec.europa.eu/portugal/news/spring-2019-economic-forecast_pt