21 de Fevereiro de 2020 | 0 Comentários
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Tags: Breve Fevereiro/2020
Uma carreira nas instituições da União Europeia pode não ser o que os jovens habitualmente têm em mente quando se lançam à procura de emprego. Há dez anos, o EPSO lançou o programa «Estudantes embaixadores EU Careers» para mudar a situação.
A propósito da campanha de recrutamento de 2020, que arrancou no dia 20 de fevereiro, conversámos com Rita Hinek e Anne‑Claire Gathoye, as colegas do EPSO que gerem este projeto.
Contem-nos como é que o programa nasceu…
RH: Em 2010, realizámos alguns estudos sobre o grau de informação que os estudantes universitários tinham acerca das oportunidades de carreira nas instituições da União Europeia. Constatámos que, de um modo geral, não estavam informados nem consideravam que fosse uma opção profissional óbvia.
Sabíamos que, a partir do momento em que os estudantes saíam da universidade e entravam no mercado de trabalho, era mais difícil atraí-los. Por isso, vimos o ensino superior como a derradeira oportunidade para fazer um trabalho de divulgação eficaz. Seguimos um modelo que a certa altura tinha sido adotado com êxito por algumas empresas e organizações internacionais no Reino Unido: o dos estudantes embaixadores.
A ideia é selecionar estudantes de universidades de todos os Estados-Membros que ficam encarregados de promover no respetivo campus as oportunidades de carreira, a natureza do trabalho e os requisitos de candidatura necessários para ingressar nas instituições europeias. No ano letivo de 2010-2011, testámos o projeto em 23 universidades de seis países. Desde então, foi-se expandindo gradualmente de um ano para ano. Hoje em dia, contamos com 171 embaixadores em 143 universidades de todos os Estados-Membros.
Como é que selecionam os embaixadores?
ACG: O processo começa com uma campanha de recrutamento em universidades selecionadas, que arranca no início do ano civil, desta vez a 20 de fevereiro. As universidades visadas são nomeadas pelos Estados-Membros. Os estudantes podem então candidatar-se e o EPSO ou as autoridades nacionais selecionam os que se tornarão os embaixadores para o ano letivo em causa.
Antes de iniciarem em outubro o seu mandato de um ano, convidamo-los para uma conferência e uma sessão de formação de dois dias em Bruxelas. Nesta ocasião, aprendem acerca dos nossos processos de seleção, das condições de trabalho nas instituições, bem como da vida em Bruxelas e no Luxemburgo. Também se reúnem e falam com antigos embaixadores e funcionários de diferentes instituições, o que é sempre um enorme sucesso.
Depois de receberem a orientação necessária, o que fazem os estudantes?
RH: Regressam à universidade respetiva e começam a promover as instituições da União Europeia enquanto empregadoras. Uma vez que se trata de uma atividade voluntária, cabe-lhes sobretudo a eles conceber formas criativas e eficazes de espalhar a palavra. Estas podem variar de país para país e podem incluir apresentações, a criação de listas de endereços eletrónico para partilhar informações sobre eventos EU Careers e futuros concursos, a distribuição de folhetos pelo campus, o estabelecimento de ligações com publicações universitárias, a organização ou a participação em feiras profissionais e de emprego, sessões de informação individuais, intervenções ou conversas com pessoal convidado das instituições europeias ou a atualização de canais específicos nas redes sociais.
Para os nativos digitais, as redes sociais são muito importantes e a facilidade com que publicam vídeos e imagens é algo que a Comissão dificilmente consegue acompanhar. As universidades têm contas oficiais da EU Careers no Twitter, no Instagram e no Facebook, cujo acesso é facultado a cada novo embaixador no início do ano letivo.
Os embaixadores são o ponto de contacto para os estudantes interessados na EU Careers e o seu principal objetivo é chamar a atenção dos colegas para esta opção de carreira. Assim, mesmo que não se candidatem imediatamente após a licenciatura, podem vir a considerá-lo um dia mais tarde.
O que dizem os resultados?
RH: Desde 2010, tivemos cerca de mil embaixadores em 280 universidades. Uma vez que a maioria do trabalho que fazem como embaixadores é voluntário e não são obrigados a apresentar relatórios sobre tudo, não é fácil aferir a sua eficácia. O que sabemos de certeza é que, no ano letivo de 2018-2019, organizaram cerca de 970 eventos por meio dos quais chegaram a 80 mil estudantes.
A melhor parte deste trabalho é quando conhecemos colegas que ouviram falar da UE através dos nossos embaixadores. Por exemplo, aqui no EPSO, tivemos um estagiário que soube das oportunidades profissionais oferecidas pelas instituições europeias graças ao programa, para além de funcionários que tinham sido eles próprios estudantes embaixadores.
Para mais informações:
https://epso.europa.eu/job-opportunities/eu-careers-student-ambassadors_pt-pt